sábado, 23 de março de 2013

Da série problemas pessoais (Salgado Maranhão - 1953)

meto a cara na manhã
empoeirada da metrópole,
arrasto comigo um poema
em busca de palavras exatas
para ser tecido.

jogo o corpo na manhã
cinzenta da cidade
com a cara lavada de perspectivas
e o coração que é um largo lençol
de cicatrizes.

navego longamente na manhã
urbanotrópole
com o saco cheio de sair pela traseira
da vida.

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