terça-feira, 13 de agosto de 2013

Gnomos de sândalo (José Leite Netto - 1973)

templário de pó meu amor de mármore
sonhos idos, sonhos meus que se perdem
teus olhos um deus de seiva e árvore
aroma em que desenho mito e éden

gnomos de sândalo, dor que se deixa
aos incensos e ao vento feito pedra
esculpindo na esfinge tempo e queixa
rosas, pétala e cheiro que em quimera

a ilusão de um só tempo que não passa
e sendo eu tua louca alquimia e perfume
perco-me em teu ser e me acho em tua praça

feito negro cacto espinho em seu gume
vou por entre teu sexo penetrar-te
com dionisíacas fadas possa eu gozar-te?

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