a aguda dor das coisas
não é água, meu camarada
dói dia-a-dia agora
na ida e na vinda
do seu diafragma
e também adia-se
para amanhã
como o trabalho
do moço com pele de árvore
que vai varrendo as ruas
a dor das coisas
late latente marca
de dedos sujos
com crime ou sonatas
imemoriais pegadas
da humana vida
sério ciclo em roda
de bicicleta ou engrenagem
gasta, gasta, gasta
como cotidianamente
teus dentes vão sumindo
em contato que o que te alimenta
e a dor é deus
entrando em ti
sem licença
sem censura ou vaselina
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