sábado, 12 de abril de 2014

A verdade da vida (Thiago de Mello - 1926)

Moça do vento, menina da luz,
tua paz me penetrou
como uma estrela nascendo
para cantar o meu nome.
Hoje no sol do pleno meio-dia
aprendi a soletrar meu próprio nome
pronunciado pela tua boca.
Num instante fugaz
descobri que existe a eternidade. Nunca
mais serei sozinho.
A luz que escorre dos teus ombros
se espalha iluminando o meu caminho.
Como quem finca uma bandeira
na terra que se acaba de descobrir,
plantas a verdade da vida
no centro do meu peito.
Escrevo com tranqüila certeza
de um menino que descobre a água,
que não precisaria te ver de novo
para que estejas e sejas comigo.
Acompanhas a minha mão neste momento
em que escrevo o teu nome
como o pássaro que canta
o encontro do seu repouso.

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