quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Moto perpetuo (Alexei Bueno - 1963)

      Todo poema
É o último do mundo.
A tentativa extrema,
O crucial segundo.

Por fim, escrito,
Pétreo, coagulado,
As larvas do não dito
Postam-se a cada lado.

E tudo é falta.
A fonte exige a bilha
Sem fundo, e eis nos assalta
A horrenda maravilha.

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