domingo, 22 de janeiro de 2012

Repouso (Orides Fontela - 1940 - 1998)


Basta o profundo ser
em que a rosa descansa.

Inúteis o perfume
e a cor: apenas signos
de uma presença oculta
inútil mesmo a forma
claro espelho da essência

inútil mesmo a rosa.

Basta o ser. O escuro
mistério vivo, poço
em que a lâmpada é pura
e humilde o esplendor
das mais cálidas flores.

Na rosa basta o ser:
nele tudo descansa.

3 comentários:

  1. E há tantas coisas para as quais basta existir...

    ResponderExcluir
  2. Obrigado por sua visita ao nosso "Salada à Brasileira", Maíra. Obrigado ainda pelo comentário.

    Naveguei aqui também. Bem interessante. Sou fascinado por poesia, literatura e artes em geral.

    Abraço

    ResponderExcluir