E agora, mulher,
Que soltou seus freios,
Que saiu dos eixos.
E agora, camélia,
Sua carne manchada,
Transada, se salva?
E agora, o pecado
Tão moderno e quente
Vai ter Happy-end?
E agora, mulher,
Você vai poder
Pisar firme e reta?
Borboleta bêbada
De vinho e desejo,
Depois desta entrega.
Depois deste incêndio,
Cadê seu sossego,
Cadê seu roteiro?
E agora, mulher,
Que você aborta,
Que você desbunda.
E que arromba portas
Erguendo um revólver,
E que faz negócios.
E que puxa fumo,
Você desconfia
Que tudo é um gemido?
E agora, mulher,
Nordestina, escória,
Que virou carioca?
Que virou miragem,
Robô, operária,
Puta e favelada?
Tão trivial e exposta
Ao consumo e à sorte
De uma coisa morta?
Obrigada, Maíra! Essa poesia é linda demais!!! Ameiiiiiii... Hanna.
ResponderExcluirGostei muito. Acho que as mulheres vão entender isso ainda melhor. Parabéns.
ResponderExcluirAmei!
ResponderExcluirAmei tanto quanto amo o E agora, José?
E achei o máximo a época em que foi escrito.
Mulher bacana essa :)
beijos
BF