Morremos sempre.
O que nos mata
São as coisas nascendo:
Hastes e raízes inventadas
E sem querer e por tudo se estendendo
Rondando a minha
Subindo vossa escada.
Presenças penetrando
Na sacada.
Invasões urdindo
Tramas lentas.
Insetos invisíveis
Nas muradas.
Eis o meu quarto agora:
Cinza e lava.
Eis-me nos quatro cantos
(Morte inglória)
Morrendo pelos olhos da memória.
Aproximam-se.
E libertos da presença da carne
Se entreolham.
O teu nascer constante
Traz castigo.
Os teus ressuscitares
Serão prantos.
Fala e cala fundo. Simplesmente sem palavras...
ResponderExcluirOs poemas de Hilda, sempre tão intensos, sempre tão agudos, revelam-nos sempre um pouco do que somos, do que amamos, principalmente do que tememos. Esse morrer sempre, em cada coisa nova e em cada coisa antiga, esse castigo, esse pranto do ressuscitar quem somos, são eles que adoçam nossa voz para com o semelhante, que nos tornam mais humanos e compreensivos. É um belo poema. Beijossssss
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