Talvez o vento saiba dos meus passos,
das sendas que os meus pés já não abordam,
das ondas cujas cristas não transbordam
senão o sal que escorre dos meus braços.
As sereias que ouvi não mais acordam
à cálida pressão dos meus abraços,
e o que a infância teceu entre sargaços
as agulhas do tempo já não bordam.
Só vejo sobre a areia vagos traços
de tudo o que meus olhos mal recordam
e os dentes, por inúteis, não concordam
sequer em mastigar como bagaços.
Talvez se lembre o vento desses laços
que a dura mão de Deus fez em pedaços.
Oi Mayra,
ResponderExcluirTalvez ele saiba...
Abç
Mais um...que não conhecia...Sei que vocês são muitos, desconhecia que tantos eram poetas e tão bons:)
ResponderExcluirTambém achei um "achado" os poemas do Ivan Junqueira. É brasileiro e ainda é vivo. Como gostei muito, vou postar mais da obra dele aqui...
ResponderExcluir