terça-feira, 24 de maio de 2011
Caravelas (Florbela Espanca - 1894-1930)
Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar morto:
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram!
Caravelas doiradas a bailar...
Ai quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...
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Talvez a melhor poetisa portuguesa...
ResponderExcluirE que mulher!!!
Cada vez que eu a leio, descubro novas palavras, novos sentimentos... Como toca a alma!
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