quinta-feira, 5 de maio de 2011

Tristeza (Ivan Junqueira - 1934)

Esta noite eu durmo de tristeza.
(O sono que eu tinha morreu ontem
queimado pelo fogo de meu bem.)
O que há em mim é só tristeza,
uma tristeza úmida, que se infiltra
pelas paredes do meu corpo
e depois fica pingando devagar
como lágrima de olho escondido.

(Ali, no canto apagado da sala,
meu sorriso é apenas um brinquedo
que a mãozinha da criança quebrou.)

E o resto é mesmo tristeza.

4 comentários:

  1. Também sou feito de tristezas
    e silêncios.

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  2. A tristeza é mesmo do ser humano. Todos nós, em alguma medida, precisamos dela. Obrigada pelas visitas. Sejam bem-vindos aqui!

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  3. Da tristeza às vezes são extraídos os mais belos versos.

    Mardonio Azevedo

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