dia sim dia não
noite não noite sim
o mesmo pesadelo
e o marasmo do seu padrão
a floresta cantante nos provocava calafrios
todos os sentenciados eram pendurados nos ganchos
uivos e guinchos e gritos e homens pensos como jacas maduras
verrugas dos sentidos dedurados nos quatro pontos cardeais
caimãs simulavam pirogas
tucanos morcegavam rasantes
corujas e bacuraus invocavam arrepios
abraços de tamanduá-açu
bigornas de aço de arapongas
cataratas desfocavam o cruzeiro do sul
painéis de capoeiras
e blocos de matas desciam cipós de circuitos fechados
olheiros do comando de macaco-prego
manipulavam as glandes das suas pirocas
como se fossem câmaras de video-vigilância
floresta cantante inenarrável
cuja nesga narrável não figura nunca nada de verossímil
dia sim dia não
noite não noite sim
o mesmo pesadelo
e o marasmo do seu padrão
Nenhum comentário:
Postar um comentário