Ah! Se soubesse eu poetar.
Poetaria não as belas coisas,
Mas as mazelas, as pestes, as doenças.
Musicaria dissabores, tristezas e as crenças
Mais esdrúxulas e as dores mais intensas.
Em minha lira caberiam só feiúras.
Ódio, rancor, traição e sem candura
Versificaria os filhos do horror, dos estupros
E da'margura.
Poria em rima todo corpo putrefato
Que se encontra no universo.
E uma vez meu livro aberto,
Libertar-se-ia toda podridão que já é fato.
Metrificaria o imetrificado.
Toda bruxaria, transgressão e o pecado.
Por fim, cuspiria no amor, na beleza, no leitor
E no sagrado.
Um dos primeiros poemas que escrevi na vida. Mais uma vez, obrigado pelo espaço.
ResponderExcluirGostei muito desse também! Ainda vai ter mais poemas seus por aqui...
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