quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pseudo-poeta ecumênico (Jairo Cézar - 1977)

Ah! Se soubesse eu poetar.
Poetaria não as belas coisas,
Mas as mazelas, as pestes, as doenças.
Musicaria dissabores, tristezas e as crenças
Mais esdrúxulas e as dores mais intensas.

Em minha lira caberiam só feiúras.
Ódio, rancor, traição e sem candura
Versificaria os filhos do horror, dos estupros
E da'margura.

Poria em rima todo corpo putrefato
Que se encontra no universo.
E uma vez meu livro aberto,
Libertar-se-ia toda podridão que já é fato.

Metrificaria o imetrificado.
Toda bruxaria, transgressão e o pecado.
Por fim, cuspiria no amor, na beleza, no leitor
E no sagrado.

2 comentários:

  1. Um dos primeiros poemas que escrevi na vida. Mais uma vez, obrigado pelo espaço.

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  2. Gostei muito desse também! Ainda vai ter mais poemas seus por aqui...

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