Entrei no anfiteatro da ciência,
conduzido por mera fantasia,
e aprouve-me estudar anatomia,
por dar um novo pasto à inteligência.
Discorria com toda a sapiência
um lente, numa mesa em que jazia
uma imóvel matéria muda e fria,
a que outrora animara humana essência.
Fora uma meretriz. Seu rosto belo
pude, tímido, olhá-lo com respeito,
por entre negras ondas de cabelo...
A um gesto do lente, contrafeito,
rasguei-a com a ponta do escalpelo
e não vi o coração dentro do peito!...
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