quinta-feira, 13 de outubro de 2011

criação e recreação (Geraldo Carneiro - 1952)

nos meus piores dias sou eu mesmo
nos melhores brinco de ser Deus
recrio o mundo à minha semelhança
faço castelos onde a vida nunca
                                          a vida sempre
                                          a vida

sou imperador devorador do espaço
nas aventuras em que me desvendo
eu   ave   nave   navegador

sonho que o mundo começou em mim
depois foi se inventando
o sol se desorbita ao meu redor

quando a bruma-sonho se dissipa
sobra o desejo da aurora
o ar da arquitetura já desfeita
o amor que se dilata feito o mar

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