Tem que saber ler as mãos. Qual alma cigana, ter
disposição para viajar a qualquer instante. Escrever
é uma viagem. Uma busca de não sei o quê. Uma
doida aventura.
Exige-se também a leitura atenta das árvores,
das pedras, dos rios, das estrelas, dos mares, dos
ventos, dos prédios, dos ônibus, dos medos, dos
sustos, dos gritos, das festas, das manchas de
óleo e das xicrinhas de café.
Tem que ouvir histórias, muitas histórias, de
preferência histórias de assombração contadas por
uma avó bem misteriosa e ladina. Na falta da avó,
trate de ouvir a professora, a vizinha, o motorista
de táxi, o vendedor de quebra-queixo. Qualquer
história pode ser envolvente.
O que seduz é o modo de contar.
* Excertos da obra "Esses livros dentro da gente: uma conversa com o jovem escritor", editado pela Casa da Palavra, edição de 2007, sobre o ofício de escrever. Linda obra!
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