Deus não nos sonha, mas sua ausência, sim.
Aquilo que não é Ele está sonhando
Até estas ruas que vamos pisando
Atrás de algum desconhecido.
E o Vácuo ama o seu sono. E é tudo assim,
Um onírico acaso, um curso brando
Com saltos cruéis que não avisam quando,
E em cada esquina um túmulo, um festim.
E por trás desse sonho outros pregressos,
De nós, de outros que nós, e de outros nós,
E a névoa e a noite, e as fugas e os ingressos,
E o sonho em tudo, no antes, no ora e o após.
Enquanto além do Seu nosso oco incerto
Deus é o que é, intrínseco e desperto!
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