domingo, 23 de setembro de 2012

Soneto à minha irmã (Orides Fontela - 1940 - 1998)

No opaco silêncio estátuas virgens
de sal e luz tombaram, desmembradas,
no abismo das lúcidas origens
dormem nomes e formas olvidadas.

Dormem - não se levantam - primitivas
idéias puras no limbo fenecidas
pulcras estátuas virgens, mas cativas,
à luz total do não ser prometidas.

Na memórias elas pesam como puro
tormento, arremessadas neste escuro
poço das coisas frustradas, não nascidas:

assim vives em mim, irmã, singela
pulsas em mim como a visão mais bela
entre rosas sepultadas e queridas.

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