Matilde, onde estás? Notei, em baixo,
entre a gravata e o coração, e em cima,
certa melancolia intercostal:
é que tu estavas, de súbito, ausente.
Fez-me falta a luz da tua energia
e olhei devorando a esperança,
olhei o vazio que é uma casa sem ti,
ficam apenas trágicas janelas.
De puro taciturno o teto ouve
cair antigas chuvas desfolhadas,
plumas, o que a noite aprisionou:
e assim te espero como casa abandonada
e tornarás a ver-me e a habitar-me.
De outro modo as janelas me entristecem.
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