Afinal deu-se comigo:
nasceu a orquídea no velho tronco,
floriu a hera no muro antigo.
Nem o pavor de ser ridículo
impede-me de amar,
pois é a primeira vez que amo
porque sinto o mesmo desassossegado susto
da primeira vez que amei.
Amar pela primeira vez agora
é igual a qualquer primeira vez antiga,
mas esta primeira vez, no fim da vida,
é a primeira vez mais querida,
parece mais do que as outras
e, pela primeira vez,
tenho a certeza, que me faltou antes,
a de ser esta a última primeira vez.
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