domingo, 15 de dezembro de 2013

Dentro do espelho (Duda Machado - 1944)

dentro do espelho
não mais nos vemos

a seu redor, cada objeto imprime
uma velocidade indefinível

já não importa a distância
a mesma nitidez alcança
o que está perto
e o que é remoto

assim persiste
até que uma fadiga
a cada coisa
desdobra e dissipa

qual um acorde
um desmentido
uma propulsão
um vácuo

rumo a um
nada extraordinário

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