Dizer do corpo
o corpo da poesia
Os ombros
os seios
o ventre que sequestra
entre as pernas fechadas
a vagina
com a sua longa boca entreaberta
Pensar do corpo
o corpo da poesia
Mais os dedos do que as mãos
sobre as arestas
Mais as fendas do que o liso
Mais a ruga
Mais a ruga das coxas
e das pernas
Depois vêm os dentes e a língua
a descer no trilho brando do umbigo
bebendo o sal do suor da pele
e o fermento de um doce que não digo
Escrever do corpo
o corpo da poesia
Os pulsos tão febris
a nuca
e a garganta
O silêncio de uns olhos
que por certo queriam
ver bem mais longe do que o pubis
deixa
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