A serra do Rola-Moça
não tinha esse nome não...
eles eram do outro lado,
vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
o noivo com a noiva dele
cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite
se lembraram de voltar.
Disseram adeus para todos
e se puseram de novo
pelos atalhos da serra
cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreiros
ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.
A serra do Rola-Moça
não tinha esse nome não.
As tribos rubras da tarde
rapidamente fugiam
e apressadas se escondiam
lá embaixo nos socavões
temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
cada qual no seu cavalo,
e riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
com as risadas dos cascalhos
que pulando levianinhos
da vereda se soltavam
buscando o despenhadeiro.
Ah! Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte.
Na altura tudo era paz...
Chicoteando o seu cavalo,
no vão do despenhadeiro
o noivo se despenhou.
E a serra do Rola-Moça,
Rola-Moça se chamou.
Adorei seu blog. Já li tanta coisa interessante, saí 'fuçando', achando pérolas... Demais. Gostei muito, mesmo. Voltarei, de certo, mais vezes, para apreciar essa beleza que reverdece. Que tenhas alegrias e saúde. Sucesso! Hoje e sempre.
ResponderExcluirSe tiver um tempo, dê uma esticada até meu blog de poesias. Se gostar e quiser me adicionar, vou gostar demais. Deixe seus coments. Eu já tô te 'perseguindo'. Não poderia ser diferente, pois adorei seu espaço. Abraço iluminado,
João Ludugero, poeta.
www.ludugero.blogspot.com
Maira querida, seu blog me inspira! Não nos conhecemos mas a considero uma pessoa muito sensivel e especial! Boa noite, beijos.
ResponderExcluirObrigada pela visita, João Ludugero! Fico feliz que tenha gostado das poesias que já postei aqui do blog. Volte sempre que quiser...
ResponderExcluirAndressa, uma das minhas únicas comentadoras diárias (rsrs), o blog também acaba sendo um pouco seu, viu? Beijos e obrigada!!!
ResponderExcluirAdorei ter encontrado este poema que lembra a minha infância, decoramos esta poesia na escola Estadual para declamarmos em sala de aula, ela me traz saudades!, obrigada!
ResponderExcluirQue maravilha. Também na minha infância tive que decorar este poema. Como demorei a decorar e como gostei do poema, ficou marcado para sempre em minha vida. Parabéns pelo revival.. um forte abraço .
ResponderExcluirEMOCIONANTE POEMA DE MÁRIO DE ANDRADE QUE MARTINHO DA VILA TÃO BELAMENTE MUSICOU! APESAR DE TER NO FINAL UMA TRÁGICA HISTÓRIA ENTRE UM FELIZ CASAL, POETICAMENTE FALANDO, LINDO DEMAIS!
ResponderExcluirOMG que trágico. Li sobre esse conto num livro de Lygia Fagundes Telles e resolvi vir checar. Muito bom.
ResponderExcluirLembro de ter lido este poema quando estava na sexta série, e isso foi há décadas. Mas nunca esqueci, todas as vezes que vejo alguma notícia sobre o lugar me recordo dele... Muito legal. Toda tragédia acaba por ter um toque de poesia...
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