segunda-feira, 4 de julho de 2011
Andorinha (Hermes Fontes - 1888-1930)
À esfera, cujo azul glorioso abril desvenda
para a festa da luz, prodigamente esparsa,
a emigrante voltou. A sua alma é uma lenda,
do éter bordada na alta e invisível talagarça.
Alvinegra, pelo ar, ei-la que o voo emenda,
brinca, ziguezagueia, já a descer - disfarça,
alteia... e, assim, até voltar à humilde tenda,
onde tem glórias de águia e vaidades de garça.
E, quando, entre outras, chega enchendo o espaço de asas,
o coração lhe fica onde a prole se aninha,
no beiral de uma torre, erguida às coisas rasas...
A vida humana é tão diversa, é tão mesquinha!...
- Pudéssemos nós ter, no recesso das casas,
a alegria feliz do lar dessa andorinha!...
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APAIXONANTE!
ResponderExcluirLindinho mesmo! So poeta mesmo para ver tanta beleza no trivial, naquilo que acontece todos os dias e ninguém (ou quase) percebe...
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