Abro o espaço da fome e me abasteço
das coisas mais comuns.
Sou trivial e sóbrio, mas faminto.
Amo o jogo das tripas e dos tropos
e todo dia exercito a competência
da língua retorcida como um búzio
nas vésperas da posse.
E sete vezes sete (e mais a conta
dos números do mito) arremeti
meus dardos contra os muros
dessa tebas morena de mil olhos.
E sete vezes sete (e mais o fôlego
dos gatos guturais) recomecei
o gesto natural da minha flauta
que a chuva modulava no alicerce,
como a canção de amor que principiava
pelas curvas dos ventres nos espelhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário