Abra-se tudo
em grande-angular:
alas a ela, abra-se tudo
em salas que se abram
em salas abertas, salões,
e o que se fechara
antes desabroche
numa sucessão de estrelas
em pleno dia claro.
Abra-se o teto
do planetário, abra-se
o coração do fogo
e nele toda dor
torne a nada e
nada lhe resista
e por onde passe alastre
sua leveza. Alas a ela,
e que ela me leve.
Porque nela tudo parece
mover-se sobre salto
alto, sobretudo a alma,
a alma que parece calçar
a mesma sandália
que as palavras e os gestos
dela, alas
a ela, que, assim
alta,
como que vai
descalça e dançasse
sobre-além dos alarmes
e do medo, largando
na sua valsa
um rasto só de beleza.
Alas a ela.
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